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Pacientes Podem Realizar Implante Dentário Após Tratamento de Câncer?

/ em Odontologia no tratamento de câncer
Pacientes Podem Realizar Implante Dentário Após Tratamento de Câncer?

Quando o paciente inicia o tratamento quimioterápico é necessário passar pelo dentista para realizar uma avaliação e saber se é possível fazer um implante dentário

Levar a vida de maneira similar àquela que se tinha antes do diagnóstico de câncer é a forma ideal de enfrentar a doença, desde que observados eventuais cuidados prescritos pelo médico assistente. No caso de intervenção odontológica, em especial do implante dentário, há boas chances do procedimento ser realizado mesmo após o tratamento oncológico.

De acordo com Dr. Gustavo Maluf, dentista dedicado à odontologia oncológica, quando o paciente inicia o tratamento quimioterápico deve ser encaminhado ao dentista para realizar uma avaliação, independente de sintomas. “O objetivo é remover eventuais focos de infecção que podem oferecer riscos diante da queda imunológica, natural no tratamento do câncer. Aqueles que já se encontravam em processo de implantação dentária e pessoas que necessitam iniciá-lo terão seus casos analisados criteriosamente para verificar se estão aptos ao procedimento cirúrgico. Se houver necessidade de realizar implantes, é preciso esperar a conclusão do tratamento oncológico”, afirma.

O Que Observar – A quimioterapia administrada antes e depois da instalação dos implantes afeta significativamente o sucesso dos mesmos. No caso da radioterapia realizada em um período de 2 a 6 meses próximos à instalação dos implantes ou, passado alguns anos, as chances de insucesso são altas. O paciente pode ficar limitado a não utilizar implante pelo resto da vida, contudo, dependendo do resultado da avaliação do especialista, poderá ter chances de realizar o implante. Pode ocorrer no paciente, além da perda de implante, a chamada necrose óssea – lesão irreversível proveniente da radiação, que chega a atingir 15% dos pacientes.

Aqueles que receberam quimioterápicos oriundos dos bifosfonatos têm um grande risco de desenvolver necrose nos ossos da maxila e da mandíbula. “Os bifosfonatos ficam por muitos anos no organismo e não são utilizados somente em quimioterapia, podem ser usados também em pessoas com osteoporose ou osteopenia”, alerta Dr. Maluf. De acordo com estudos científicos, a necrose nos ossos decorrente dos bifosfonatos chega a 12% e esses podem ficar limitados a colocação de implantes e a outras intervenções cirúrgicas odontológicas.

Para ter sucesso na instalação dos implantes em pacientes após tratamento contra o câncer é preciso muito cuidado e dedicação. “É necessário passar por um dentista com experiência na área, para que possa planejar e executar tais procedimentos, diminuindo assim as chances de complicações”, conclui o especialista.

* Mais sobre Dr. Gustavo Maluf Dr. Gustavo Maluf atua na área de Odontologia Oncológica. Mestre e especialista em Periodontia e Implantodontia, realizou estágio no Hospital AC Camargo (SP) e é credenciado em Laser pela USP. É referência no atendimento a pacientes em tratamento de câncer antes, durante e após quimioterapia e radioterapia de cabeça e pescoço. É professor em cursos de pós-graduação.

 

Fonte: http://www.dfagora.com.br