Visita ao dentista deve integrar o preparo para tratamento oncológico
Na onda da integração de especialidades em busca de uma assistência que contemple as diferentes necessidades dos pacientes, a odontologia ganhou papel de destaque no tratamento oncológico. Se antes portadores de câncer eram encaminhados ao dentista somente diante de sintomas específicos, hoje uma criteriosa avaliação da saúde bucal pode fazer total diferença no enfrentamento da doença.
“O acompanhamento antes, durante e após quimioterapia e radioterapia de cabeça e pescoço chega a reduzir em até 50% a severidade e a duração de úlceras que surgem na cavidade oral em decorrência de determinados tratamentos contra o câncer”, é o que revela Dr. Gustavo Maluf, dentista dedicado à odontologia oncológica. “‘Mais que causar profundo incômodo, a chamada mucosite – reação tóxica inflamatória que causa feridas, dor intensa, dificuldade de alimentação e fala – pode impossibilitar a continuidade da luta contra a doença. Ela atinge até 90% dos indivíduos em tratamento e pode ser debelada com aplicações de laser e medicações”, ressalta. A xerostomia (falta de saliva) e a candidíase (sapinho), efeitos colaterais das drogas usadas, também são tratados pelo especialista.
Além disso, focos de infecção bucal encontrados em boa parte dos indivíduos tornam-se uma ameaça quando o sistema imunológico está comprometido, o que ocorre durante a aplicação de determinados medicamentos e também no processo de transplante de medula óssea para combate à leucemia. “Nos casos mais agudos, uma doença periodontal pode conduzir à septicemia”, alerta Dr. Maluf.
Prevenção e Monitoramento – Para evitar riscos desnecessários, oncologistas incluem a avaliação odontológica na etapa que antecede a administração de quimioterápicos e a radioterapia de cabeça e pescoço. “O dentista que atua nesse segmento verifica e trata os riscos pré-existentes – como infecções e lesões. Mas não é só isso: “Conhecendo o tipo tumor, o estágio da doença e o protocolo ao qual o paciente será submetido, adotamos um acompanhamento específico, com eventual uso de medicações e laserterapia”.
Não é incomum, que o Dr. Maluf seja chamado à UTI: “Quando o paciente está sob monitoramento intensivo, a última coisa que se necessita é uma complicação decorrente de infecções bucais. Na Terapia Intensiva, fazemos uso de medicações anti-sépticas, entre outros procedimentos”.
Fonte: Da redação do clicabrasilia.com.br
Matéria do site ClicaBrasília publicada em 22/09/2011.
Link: http://www.clicabrasilia.com.br/site/noticia.php?id=366030