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Crianças em tratamento quimioterápico tem 90% de chances de desenvolver efeitos colaterais bucais

/ em Imprensa Odontologia no tratamento de câncer
Crianças em tratamento quimioterápico tem 90% de chances de desenvolver efeitos colaterais bucais | Blanca Odontologia - Brasília/DF

Quem sofre com algum tipo de câncer precisa redobrar os cuidados com a higiene bucal, principalmente as crianças. Todas as alterações bucais que aparecem nos adultos, por conta da doença, também ocorrem com os pequenos. Contudo, esses sofrem mais pois correm o risco de sequelas tardias – isso porque os tecidos que estão em desenvolvimento podem ser afetados. Segundo o IBGE, dois em cada mil adultos venceram um câncer infantil.

Efeitos Colaterais – Dos pacientes submetidos à quimioterapia, cerca de 40% desenvolvem efeitos colaterais bucais – esse número alcança 90% em crianças abaixo dos 12 anos. Quando recebem o tratamento radioterápico na região de cabeça e pescoço e/ou quimioterapia podem apresentar alterações do desenvolvimento dos ossos da maxila, má formação dos dentes e até mesmo falta de algum dente, erupção dentária alterada, entre outras sequelas permanentes.

Dr. Gustavo Maluf, dentista dedicado à odontologia oncológica, explica que as crianças com câncer são submetidas a tratamentos e medicamentos muito fortes, que desencadeiam mucosite, xerostomia (falta de saliva), candidíase (sapinho), entre outros problemas. Com o desconforto e a dor, os pequenos podem vivenciar dificuldade na hora de se alimentar, o que impacta diretamente o enfrentamento do câncer.

Além disso, após sessão de quimioterapia, a resistência imunológica do paciente diminui. “Durante esse tempo, todo cuidado é pouco, pois a criança tem grande risco de desenvolver complicações bucais e septicemia (infecção generalizada)”, alerta o especialista.

Indicações – Para evitar riscos desnecessários, oncologistas pediatras devem incluir a avaliação odontológica na etapa que antecede a administração de quimioterápicos e a radioterapia de cabeça e pescoço. É necessário também que os pais estabeleçam rigorosa higiene bucal utilizando soluções e produtos especializados. “Pode-se lançar mão de laser em baixa intensidade como forma de prevenção, minimizando as lesões bucais. Dessa forma, a criança terá mais qualidade de vida durante o tratamento oncológico”, afirma Dr. Gustavo Maluf.

* Mais sobre Dr. Gustavo Maluf
Dr. Gustavo Maluf atua na área de Odontologia Oncológica. Mestre e especialista em Periodontia e Implantodontia, realizou estágio no Hospital AC Camargo (SP) e é credenciado em Laser pela USP. É referência no atendimento a pacientes em tratamento de câncer antes, durante e após quimioterapia e radioterapia de cabeça e pescoço. É professor em cursos de pós-graduação.

Matéria do site JorNow publicada em 07/10/2011.
Link: http://www.jornow.com.br/jornow/noticia.php?idempresa=1082&num_release=54191&ori=P